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Quem sabe?

Costumamos reclamar do ensino, e há muito que precisa ser mudado, mas pouco falamos do orgulho acadêmico. Ele existe e fica correndo sob a pele de quem ensina (sim, sob minha pele também, pois ensino). Esse orgulho é natural ao ser humano e nos coloca numa falsa posição de arautos da verdade. Parece existir uma necessidade (será de auto-afirmação?) do mestre mostrar ao aluno que existe um abismo entre ele e o aluno que o aluno precisará se esforçar muito para transpor (oras, pensaria o mestre, se eu dei duro ele deve dar também!). O problema é que falta no ensino aquilo que já é lugar comum nos negócios: o cliente reina. Se no passado a relação indústria/comércio com o cliente era unilateral -- chamamos a isso de relação "push", onde a indústria empurra o que quer que o cliente consuma -- hoje essa relação é "pull", ou seja, o cliente determina o que ele vai querer e a indústria/comércio se comportam como o gênio da lâmpada para atendê-lo. No ensino é assim? Nem sempre. Ainda prevalece a doutrina do 'calaboca moleque, que você não entende disso'. O problema é que, com a democratização total da informação, o mestre perdeu poder. Ele já não tem a chave dos oráculos do saber, já que esta foi parar nas mãos do Google.com, a maior universidade do mundo. O aluno pergunta ao Google e o Google responde do jeito que o aluno quer ouvir. E o mestre? Bem, ele vai espernear e tentar se impor, mas o mercado acaba com isso em muito pouco tempo. Acabou a época do ensino ('push' ou empurrado pelo mestre goela abaixo). Estamos na época do aprendizado ('pull' ou sorvido pelo aluno na medida e com o tempero que ele quer). Por tabela, é o fim também do ensino a distância que logo, logo ter? que mudar para aprendizado a distância (tema do trabalho que pretendo desenvolver aqui, se conseguir recuperar o tempo perdido). Ninguém mais vai ensinar, mas todos vamos aprender. E o mestre? Ora, o mestre passa a ser um facilitador, porque ele próprio não sabe mais do que o mestre Google, que mora na casa de seu aluno. É por esta razão que está ficando mais importante saber procurar informação do que confiar em quem ensina. Está ficando mais importante saber perguntar do que saber responder, porque a melhor resposta acaba sendo uma composição de respostas (ou outras perguntas) que cria, em associação com o conhecimento que eu já tenho, uma sinapse que resulta em um conhecimento novo e ímpar. Quem conseguirá avaliar isso? O mestre? É difícil, pois na velocidade em que o aluno aprende (será que ainda é aluno?) o mestre não poderá parar de aprender (será que ele ainda é mestre?). É por isso que o aluno está ficando cada vez mais difícil de ser avaliado, já que o que se considera ideal hoje em um profissional é a pluralidade de seu conhecimento, que será única para cada contêiner. Se vai ficando impossível avaliar o quanto o aluno sabe, uma nova forma de avaliação vai tomando lugar. É a que avalia o quanto o aluno duvida (ou tem dúvidas, ou questiona). A avaliação da inquietude do que busca o saber. Isto sim deveria ser avaliado, já que a universidade está perdendo seu papel e lugar de farol do conhecimento, perdida na pluralidade do conhecimento humano acessível na ponta dos dedos. Agora, como efetivamente avaliar isso, eu não sei. Nem o Google.

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