Logo

QUANDO O HOBBY É NEGÓCIO – Entrevista para o Jornal A Tarde

ENTREVISTA

QUANDO O HOBBY É NEGÓCIO

Fui entrevistado pelo Jornal A Tarde para uma matéria sobre hobbies e passatempos que acabam virando negócios. A íntegra da entrevista você encontra aqui.

Jornal A Tarde - Muitas empresas de sucesso começaram oferecendo produtos ou serviços que surgiram como algum tipo de passatempo. Ainda é possível prosperar transformando um hobby em negócio?

Mario Persona - Sim, e creio que os negócios mais apaixonantes surgiram de hobbies. Esta semana assisti a uma entrevista com dois dos criadores do YouTube, o site de vídeos que é a sensação do momento, e eles nada mais fizeram do que transformar um hábito de trocar vídeos pessoais em um novo negócio. Acredito que uma das áreas onde você encontra um grande número de hobbies transformados em negócio seja a informática. Muita gente que atua hoje profissionalmente começou enxergando a informática como um hobby, à semelhança do que aconteceu no passado com o automóvel ou o avião. Eram adicionados que simplesmente profissionalizaram um hobby.

O mais comum é que o hobby, transformado em negócio, tenha sua origem em uma paixão, como música ou arte. Fotógrafos, músicos e até esportistas são pessoas que fizeram do hobby seu trabalho. Às vezes isso acaba extrapolando os limites da própria atividade e gerando negócios paralelos, como o surfista que começa a fazer suas próprias pranchas para depois lançar uma grife de biquínis ou sandálias de praia.

Jornal A Tarde - Que conselho você daria para quem não tem experiência com negócio, mas, mesmo assim, enxerga no hobby uma oportunidade de ganhos? Vale a pena conter a empolgação e investir em planejamento? 

Mario Persona - Embora a paixão seja o principal combustível do hobby que pode virar um negócio de sucesso, a mesma paixão pode cegar o empreendedor, fazendo com que acredite que o mundo inteiro gosta daquilo que ele gosta. Alguns hobbies são limitados demais, ou têm um público muito restrito, para serem transformados em negócio. Um colecionador de selos ou moedas, por exemplo, pode acreditar que abrir uma loja desses itens em sua pequena cidade seja um bom negócio, só para descobrir depois que lojas assim só sobrevivem em grandes centros ou com uma forte presença na Internet.

Portanto, ainda que o hobby tenha tudo para ser um grande negócio, isso não elimina a necessidade de um planejamento de marketing bem feito para ter bem claro qual o potencial do mercado, custos de implantação e manutenção do negócio, perfil dos clientes, forma de promoção, localização da empresa, logística de entrega e todas as outras variáveis importantes na criação de qualquer tipo de negócio.

O praticante do hobby é geralmente um liberal naquilo que faz. Pode até deixar de comer para investir no hobby que é, às vezes, um investimento sem retorno. Quando jovem fui aeromodelista e se somasse tudo o que gastei com aeromodelos, motores, combustíveis e horas de trabalho acho que daria um valor significativo. Mas pergunte a um aeromodelista se ele tem escrúpulos na hora de comprar o último rádio-controle ou a última palavra em aeromodelo.

É aí que está a grande questão: o praticante de um hobby é, antes de tudo, um gastador, cujo retorno está apenas no prazer da prática do hobby. O empresário deve ser um investidor, cujo retorno deve ser em dinheiro. Se o praticante do hobby for muito entusiasmado apenas com a prática do hobby, é bom que contrate alguém mais "pé-no-chão" para planejar e dirigir seu negócio.

Jornal A Tarde - Bons negócios exigem planejamento e resultados. Existe alguma prática que não deve deixar de ser observada no caso dos hobbies que viram negócios?

Mario Persona - Geralmente o praticante de algum hobby é também membro de uma confraria de iguais que costumam efetuar trocas, se ajudar mutuamente e promover uns aos outros. Esse crescimento conjunto faz com que todos se sintam fortes e o hobby é algo como uma causa na qual vale a pena investir. É justamente aí que mora o perigo, pois um hobby é invariavelmente um custo, já que colocamos dinheiro nele sem qualquer pretensão de lucro ou retorno. Já um negócio deve ser pensado tendo em vista o lucro.

Por isso, se o entusiasta colecionador de selos costumava trocar seus selos por outros, o comerciante de selos não poderá entrar pelo mesmo caminho ou correrá o risco de nunca ter dinheiro em caixa. A prática da troca, comum em um hobby assim, é inviável em um negócio onde o dinheiro é o elemento de troca. Se alguém tem prazer em fazer pão de queijo para distribuir entre a família, amigos e vizinhos, essa prática irá mudar radicalmente assim que o pão de queijo se transformar em um negócio.

Desde que adquira uma clara visão de negócio e seja capaz de controlar sua paixão, o entusiasta de qualquer hobby tem grande potencial de se tornar um empreendedor de sucesso. Se não fosse assim, não teríamos hoje fabricantes de carros de rally que antes eram corredores nas mesmas provas, restaurantes que tiveram origem na cozinha da casa de alguém ou empresas de software iniciadas por adolescentes.

 

Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja emwww.mariopersona.com.br 


Aprenda a se comunicar melhor, com mais criatividade e credibilidade, aprimorando sua capacidade de oratória. Em um curso de oito horas de vídeo Mario Persona compartilha sua experiência e conhecimento adquiridos em mais de vinte anos de palestrante.

Conheça agora mesmo

 

 

contato@mariopersona.com.br

(19) 9 9789-7939

Redes sociais Instagram Twitter Linkedin Youtube

www.mariopersona.com.br

Site desenvolvido por www.auranet.com.br