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Paixão controlada

Paixão controlada
por Mario Persona

Hoje descobri que cabem 29 CDs numa embalagem de Catupiry. E daí? Daí que aqueles CDs de backup que costumo espalhar pelas gavetas agora vão ficar juntinhos. Pelo menos 29 deles. Antigamente a embalagem era de madeira e eu guardava nela meus parafusos, que viviam soltos por aí. Agora é de plástico branco e não tenho parafusos para guardar.

Antes que me pergunte, sim, para guardar 29 CDs você precisa antes comer todo o Catupiry. Não, a embalagem tipo bisnaga não serve. Sim, existe uma solução para quem tem muitos CDs: experimente comprar o balde de 3,6 quilos.

Sua quarta pergunta talvez seja o que isso tem a ver com sua vida, carreira ou negócio. Tudo. Mencionei o Catupiry, sem ganhar um tostão de merchandising, só para mostrar que sempre existe outra utilidade para alguém como eu ou você.

Existe utilidade alternativa para você? Bem, ainda que não existam mil e uma -- olha o merchandising grátis outra vez -- sempre é possível encontrar algo lucrativo em seu próprio cardápio de talentos. O jeito é começar a procurar. Você tem um hobby? Será possível transformar um hobby em negócio? Talvez. Alguns dos negócios mais apaixonantes surgiram justamente de um hobby. Muitos profissionais de informática são pessoas que passaram do hobby à profissão.

A grande vantagem de você transformar um hobby em negócio é que acaba tendo a sensação de nunca estar trabalhando. Eu, por exemplo, gosto de falar e escrever, por isso considero como lazer o tempo gasto fazendo palestras ou escrevendo. Por essas atividades ocuparem a maior parte do meu tempo, posso até dizer que parei de trabalhar para me dedicar ao meu hobby.

Geralmente o negócio surge de uma paixão, como a música ou fotografia. Músicos e fotógrafos são pessoas que transformaram o hobby em profissão. Às vezes isso acaba extrapolando os limites da própria atividade e gera negócios paralelos, como o surfista que vira fabricante de pranchas ou lança uma grife de biquínis. Você deve ter conhecido algum.

Mas a mesma paixão que impulsiona um hobby transformado em negócio pode cegar o hobbista metido a empreendedor. Pode fazê-lo acreditar que o mundo inteiro gosta daquilo que ele gosta. Aí o hobby deixa de ser negócio e vira armadilha.

Hobbistas fanáticos e insensíveis às necessidades e desejos das pessoas acabam colecionando negócios pouco lucrativos. O entusiasta que deseja transformar seu hobby em negócio deve, antes de qualquer coisa, ser sensível o suficiente para avaliar se existe público para aquilo que faz.

Portanto, ainda que um hobby tenha tudo para ser transformado em negócio, isso não elimina a necessidade de um bom planejamento de marketing. Um plano ajuda você a descobrir o potencial do mercado, os custos de implantação e manutenção, o perfil dos clientes, a forma de promoção, a localização da empresa, a logística de entrega e muitas outras variáveis importantes na criação de qualquer negócio. Seja ele um hobby ou não.

Outra coisa para a qual o hobbista metido a empresário deve ficar atento é a mão aberta. Todo apaixonado por um hobby é liberal, gasta o que pode e o que não pode e sempre tenta se justificar dizendo que não fuma, não bebe, não sai com os amigos...

Fica aqui minha dica: se você não souber controlar sua paixão transformada em negócio, contrate alguém que cuide desse controle. Pode contratar um administrador, um contabilista ou arranjar um sócio honesto. Se preferir um controle mais rígido e permanente, case-se.


POSFÁCIO

Andei pesquisando o conceito de POD, ou Print On Demand Publishing e descobri que o futuro editorial será muito parecido com o que já acontece com as floriculturas. Você entra em um site de flores sediado, digamos, em São Paulo, e manda um ramalhete para alguém em Xangai. Ou uma coroa de flores, se for alguém que investiu pesado na bolsa de lá. Meia hora depois ele recebe as flores que, na realidade, foram embaladas e enviadas por uma floricultura de Xangai, parceira do site daqui.

A Lulu.com já faz isso com livros. Quem compra na Europa do site que está na América recebe o livro impresso digitalmente por um parceiro de lá. Não há estoques de livros, só de arquivos digitais que são transformados em livros na hora da compra. A Lulu.com foi criada por um dos fundadores da Red Hat, provedor de soluções Linux e open source.

Isso terá um impacto enorme principalmente nas editoras, já que a produção literária acabará seguindo os passos da produção musical. Qualquer banda que não consegue entrar no mercado pelos caminhos tradicionais pode lançar suas músicas para download e, se vingar, ser convidada por uma gravadora de renome.

Do mesmo modo, qualquer autor pode colocar seu livro à venda em questão de horas e, quem sabe, ser descoberto e até ir parar no circuito editorial tradicional. No site da Lulu.com publicar é de graça, mas por 100 dólares existe a possibilidade de ter o livro também no catálogo da Amazon e Barnes & Noble, as duas maiores livrarias do mundo. O negócio tem futuro? A Amazon pensa que sim, ou não teria comprado a BookSurge.com, concorrente da Lulu.com.

Para experimentar, coloquei um e-book grátis na Lulu e já preparo um livro de papel em inglês para ser publicado lá. Vamos ver qual o resultado.

Tirando a tecnologia digital de impressão, o conceito da democratização da autoria e distribuição do livro fora dos limites do mercado editorial convencional já foi usado há quase 100 anos pelo inovador Monteiro Lobato. Veja o que encontrei sobre o assunto:
www.espacoacademico.com.br/028/28netto.htm

Mario Persona


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