O FUTURO DO LIVRO
Fui entrevistado pelo site Bookess para uma matéria sobre o futuro do livro nos formatos impresso e e-book. A íntegra da entrevista você encontra aqui.
P. Por que o senhor escolheu publicar seu livro via e-book?
Mario Persona - Meu primeiro livro "Crônicas de uma Internet de verão" saiu em 2001, publicado por uma editora convencional. Nos anos seguintes vieram outros até o total de 6 livros publicados, o último por uma editora diferente, já que a primeira havia sido vendida a um grande grupo editorial.
Como o novo dono da editora de meus 5 primeiros livros não tinha planos de reeditar os títulos esgotados (e os meus estavam esgotados), pedi que os direitos voltassem para mim e publiquei todos eles em formato sob demanda, inicialmente no exterior (no Brasil ainda não havia serviços de livros sob demanda) e depois aqui na Bookess.
Com a possibilidade de colocá-los também em formato e-book, não hesitei em fazê-lo, pois logo vi que este seria o futuro do livro, caminhando lado a lado com a impressão sob demanda, já que alguns livros que exigem manuseio se prestam melhor ao formato impresso, enquanto outros ficam perfeitos em formato digital.
Meu sexto livro, "Dia de Mudança", ainda é publicado em formato impresso por uma editora convencional, mas assim que os direitos voltarem para mim pretendo publicá-lo tanto sob demanda como em e-book. Aliás o mesmo livro eu já publiquei em inglês nestes dois formatos, já que o contrato que eu tenho com a editora deixou de fora a versão para o inglês.
P. Para 2012, está prevista a chegada dos leitores da Amazon e Apple no Brasil. Você considera que com esses aparelhos o mercado de e-books tende a crescer?
Mario Persona - Eu já sou usuário do Kindle há algum tempo. O meu foi comprado no exterior e acabo consumindo livros da Amazon porque leio muito em inglês. Mas também coloco nele qualquer texto que queira ler na viagem. Em função de minha profissão de palestrante, viajo constantemente e livros são excelentes companhias nas longas viagens de avião e esperas em aeroportos.
Antigamente eu levava um livro impresso, mas na hora de ler nem sempre era para aquele assunto que eu tinha disposição. Hoje levo em meu Kindle uma biblioteca que exigiria algumas malas caso fossem livros impressos, e posso decidir na hora o que desejo ler.
Futuramente pretendo comprar um leitor digital do tipo "tablet", como o iPad ou o Samsung (talvez este por ser menor), que sirva para pesquisas, já que o Kindle é mais adequado para ler textos corridos, devido à dificuldade de "folhear" digitalmente um livro, como é possível fazer em um computador ou em um tablet. Mas a tela não reflexiva de e-paper do Kindle ainda é insuperável para textos e menos cansativa do que uma tela de LED ou outra tecnologia.
P. Que dica você daria para quem quer apostar nessa modalidade de publicação?
Mario Persona - Existem diferentes tipos de autores. Eu escrevo por prazer e também como parte de meu trabalho e até de composição de minha marca pessoal. Portanto escrever não é minha principal fonte de renda, mas acaba sendo uma das ferramentas que levam meus clientes a confiarem na capacidade do meu trabalho.
Esta modalidade serve para qualquer tipo de profissional, e até mesmo para aqueles que querem fazer do escrever uma carreira, pois hoje escritores não estão presos às páginas dos livros, mas existe um mercado amplo que inclui qualquer tipo de comunicação, em especial o cinema, a TV e a Internet. Até um telejornal é escrito por alguém. Portanto mesmo que um profissional não tenha a intenção de trabalhar no mercado literário, publicar o que escreve em formato digital ou impresso sob demanda é uma excelente forma de tornar seu talento conhecido.
Já para aqueles que desejam apostar numa carreira de escritor, as chances de serem encontrados e comprados é muito maior hoje, já que não existe mais a dificuldade de fazer sua obra conhecida. Um exemplo disso é John Locke, autor de 11 livros em 3 gêneros diferentes que se tornou best-seller graças às novas tecnologias. Ele é o oitavo autor a atingir a marca de um milhão de livros vendidos em formato digital, e o primeiro deles a fazer isso de forma independente. Ele chegou a ter 4 títulos aparecendo simultaneamente na lista dos dez mais vendidos. Portanto, a questão não é de existir ou não a possibilidade de alguém fazer carreira no mercado de e-book, mas simplesmente de ter ou não talento para conquistar leitores.
P. Você recomenda a Bookess para a publicação de e-books? Por quê?
Mario Persona - Sim, recomendo e uso, tanto é que em meu site os links apontam para meus livros na Bookess por causa da facilidade de navegação do site e também de criação e publicação, tanto de e-books como de livros sob demanda. Dos muitos serviços que pesquisei este foi o que mais me agradou, daí a preferência.
Gostei tanto da Bookess que ajudei um grande amigo, Antonio Guerreiro Filho, a publicar seu livro "O poder da camisa branca" nesse serviço. Antonio Guerreiro Filho foi durante muitos anos executivo de multinacionais e criou uma filosofia de gestão que é hoje aplicada em dezenas de indústrias em todo o mundo. Assim como eu, seu livro estava com a edição esgotada na mesma editora que publicava meus livros e a Bookess foi a forma mais rápida e eficiente de tornar o livro disponível novamente para os leitores.
Entrevista concedida ao site Bookess em 25/08/2011.
Entrevistas como esta costumam ser feitas para a elaboração de matérias, portanto nem tudo acaba sendo publicado. Eventualmente são aproveitadas apenas algumas frases a título de declarações do entrevistado. Para não perder o que eu disse na hora da entrevista, costumo gravar ou dar entrevistas por escrito. A íntegra do que foi falado você encontra aqui.
Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja emwww.mariopersona.com.br
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