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Não adianta beber para esquecer

Não adianta beber para esquecer
por Mario Persona

Não adianta beber para esquecer

A matéria "Brazilian Leader's Tippling Becomes National Concern" assinada por Larry Rohter e publicada no New York Times virou assunto do momento. Ler no original inglês dá uma idéia melhor do tom, claramente tendencioso. Se existe ou não fundamento não é meu assunto aqui, mas sim o estilo de quem escreveu, que usa claramente técnicas para criar conclusões infundadas. Quem escreve sabe fazer isso.

É preciso entender também a cultura americana com respeito à bebida. Quando estudei lá em 1972 numa escola católica privada, tinha uma turma que fumava maconha no banheiro, porém precisava pegar o carro à noite e atravessar a fronteira Missouri/Kansas para beber cerveja onde o limite de idade era 18 anos. Em Missouri cerveja era proibida para menores de 21.

Na época eu tinha 17 anos e era convidado, porém achava uma babaquice aquele pessoal considerar o máximo da aventura tomar umas latinhas de cerveja escondidos da polícia. Criado numa família de tradição italiana, cresci acostumado a ver um garrafão de vinho ao lado da mesa nas refeições. Meu pai sempre tomava um cálice durante as refeições e não raro os filhos também. Ninguém se embriagava e o vinho era enxergado como parte do alimento.

Dentro da cultura americana a bebida tem uma conotação diferente, como tem o café, que os pais não deixam as crianças beberem por lá. Mas não é exatamente disto que quero falar, mas de um trecho da matéria que diz:

"Though some Web sites have been complaining for months about "our alcoholic president," it was the first time the mainstream national press had referred to Mr. da Silva in that manner."

Este "some Web sites" aponta para uma tendência cada vez maior de ser o cidadão comum, dono de algum site ou blog, um importante formador de opinião. Se você não acredita, visite o blog www.instapundit.com e clique no link para as estatísticas, no final da coluna direita. Você verá que aquele blog recebe em média cem mil pessoas por dia.

Será que estamos vendo nascer uma tendência que ameaça a própria credibilidade dos grandes jornais – como o que publicou a matéria – já que há blogs mais imparciais do que muitos veículos que dependem de atender a "n" interesses para sobreviver? Não é de espantar que muitos jornalistas mantêm um blog próprio para escrever o que não escrevem nos jornais para os quais trabalham.

Mesmo assim, minha opinião é que qualquer comunicação sempre será tendenciosa, jamais imparcial, pois a partir do momento em que dei minha opinião sobre algo, estou inserindo nela toda uma vida de memórias, manias e preconceitos. Apenas dados, como temperatura e pressão, podem ser considerados imparciais. Informação, jamais. Até mesmo nossa memória não consegue ser parcial, pois nunca armazenamos os fatos como faz um HD.

Sempre que chamamos à memória um acontecimento passado, ele vem "contaminado" com experiências posteriores. Para isto não há remédio. Nem adianta beber para esquecer. Depois de alguns anos, o que consideramos uma recordação exata dos fatos é um verdadeiro "telefone sem fio" da memória. Esta parece ser a teoria desenvolvida no livro abaixo. Já viu como pessoas mais velhas são ótimas para contar histórias? É que ficamos mais "pescadores" à medida que envelhecemos. Hummm.... será que estou ficando bom de contar histórias?!


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