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Já ouviu falar em Empatia?

Já ouviu falar em Empatia?
por Mario Persona

Acho que foi em 1996, não estou bem certo. Internet era novidade e eu queria aprender a me comunicar nesse meio para criar um site pessoal. Linka daqui, troca e-mail dali, e acabei conhecendo um britânico que meu deu um conselho: "Fale de pessoas, conte histórias, converse sobre coisas que as pessoas têm em comum".

Perdi contato com o britânico, mas não com sua máxima, que se encaixava perfeitamente em meu estilo de comunicação. Afinal, desde minhas redações de ginásio eu já fugia do formal e carregava no coloquial. De preferência com pitadas de sarcasmo e bom-humor. Para espanto da banca examinadora, desenhei meu trabalho de conclusão de curso em formato de história em quadrinhos. Anos depois soube que o trabalho foi roubado da biblioteca da faculdade. Eu sabia que alguém iria gostar.

Acho que vou dar a isso o nome de comunicação empática. Tudo bem, eu sei que alguém já deu esse nome à "comunicação não-violenta". Também sei que "empatia" está entre as palavras mais desgastadas do blá-blá-blá corporativo. As outras são "sinergia", "paradigma" e "desenvolvimento sustentável". Mas ainda tem gente que não sabe que empatia é se colocar no lugar da outra pessoa, sentir e pensar como ela.

Em comunicação e negócios, nada melhor do que a frase de Hemingway para descrever uma comunicação empática: "Coloque no anzol a isca que o peixe gosta, não o pescador".

O Submarino fez isso quando entrei em uma página de seu site que chamou minha atenção. A propaganda trazia vídeos de qualidade TV Barbante: caseiros, tremidos e desfocados -- parecem feitos com celular -- mostrando clientes felizes.


O que aconteceu? Acabou a verba de propaganda? Cancelaram o contrato com a agência? Mandaram o boy fazer? Não. A linguagem da comunicação está mudando radicalmente. Embora o contexto e design ainda sigam os velhos padrões, o vídeo tem cara de YouTube, uma linguagem visual já incorporada pelo público.

Depois que a Nike plantou na Web um vídeo com ares de caseiro com o Ronaldinho chutando na trave, ficou claro que se alguém quiser mesmo falar com as pessoas terá de falar do jeito que as pessoas estão falando. Porque hoje elas já falam também com vídeo, uma linguagem visual mais universal que qualquer vocabulário natal.

Propaganda, arte, arquitetura, moda, games, fotografia, vídeo, tudo isso comunica sem palavras. Comunica idéias com um impacto muito grande. Tão forte é a comunicação visual que preguei em meu quadro de lembretes a foto digital do meu carro. Recebi pelo correio e quem tirou foi um radar que já aderiu à onda do visual. Sem palavras, ela está me dizendo: "Vai devagar, Mario!".

O mundo está ficando assim, cada vez mais visual, substituindo mil palavras por uma imagem e dez mil por um vídeo. Talvez você não se lembre do que diziam os anúncios da Benetton, mas se lembra da Benetton e das mensagens visuais. E já deve ter visto uma pulseira de plástico amarelo por aí, fones brancos de ouvido e refrigerante de marca vermelha. São apenas cores, mas que discurso elas fazem!

Gostei da inovação reversa da propaganda do Submarino. Usaram a pontinha do iceberg de tecnologia que move seu site para criar um resultado bem pertinho da pessoa comum. Eu e você, que aprendemos a conhecer idéias, coisas e pessoas pela lente tremida e informal do vídeo caseiro. Isso é empatia visual.

Mas nem todo mundo sabe o que é empatia. Uma amiga disse que recebeu um e-mail de uma tal Juliana contando um episódio no check-in do aeroporto. Juliana foi tão maltratada pela menina do balcão que perdeu a calma:

-- Você já ouviu falar em EMPATIA?! -- berrou ela para a atendente, antes de correr para o embarque, esquecendo a bolsa sobre o balcão. Na bolsa, uma etiqueta de identificação trazia apenas o primeiro nome: "JULIANA".

Minutos depois, já na sala de embarque, Juliana ouviu uma voz feminina no sistema de som:

"Atenção, atenção! Senhora Juliana Empatia, queira comparecer ao balcão da empresa."



POSFÁCIO

Aproveitei a folga da aurora de 2007 para modernizar o visual de meu blog CAFE. Não é grande coisa. Depois de um trabalho de 8 horas que qualquer garoto faria em 8 minutos consegui trocar a caneca que havia no topo da página por uma máquina de café expresso. O design fica assim, digamos, mais contemporâneo.

Pensei em trocar minha foto também, porém uma mais nova só daria ao blog uma aparência mais velha. É o paradoxo do ser humano: quanto mais contemporâneos, mais antigos ficamos.

Também publiquei alguns vídeos na TV Barbante. Coloquei lá três trechos de palestras e duas entrevistas.

A propósito, mês passado todas as minhas despesas de Internet foram pagas com as comissões que recebi da TV Barbante outros programas de afiliados. Cada vez que alguém clica na propaganda no final de um vídeo da TV Barbante, ou compra no Submarino e Amazon seguindo um link em meus sites eu recebo algum.

Se dá dinheiro? Quase nada, mas dá para pagar a conta de Internet. Não é muito? Sei que não é. Mas aprendi uma lição ouvindo o diálogo de um grande empresário da indústria automobilística com uma colaboradora. Não é à toa que ele chegou lá:

Ele: "Você contratou o serviço sem consultar outro fornecedor?"
Ela: "Custava só cem reais."
Ele: "Mas ainda assim eram cem reais."

Se quiser me ajudar, escreva dizendo o que mais gosta em minhas crônicas e quais os temas que gostaria de ver aqui ou em um livro meu.

Mario Persona


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