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Entrevista sobre Marketing Pessoal – Diário do Grande ABC

ENTREVISTA

O que é Marketing Pessoal?

Fui entrevistado pelo Diário do Grande ABC para matéria sobre marketing pessoal. A íntegra da entrevista você encontra aqui.

Diário do Grande ABC - O que é marketing pessoal? Quais seus segredos?

Mario Persona - Marketing pessoal é um conjunto de ações que buscam entender o mercado em que atuamos, detectar necessidades e possibilidades e criar um posicionamento que estimule esse mercado a nos escolher como a melhor opção.

Em sua essência o marketing pessoal ou profissional não difere muito do marketing convencional. Antes de uma empresa lançar um produto, ela busca entender o seu mercado, e o profissional faz o mesmo. É como um começo de namoro, onde um procura descobrir os gostos do outro para se vestir, falar ou agir de um modo que atenda as expectativas do parceiro desejado.

Mas é importante entender que não estou falando apenas da imagem que se deve criar, mas de todo um conjunto. Não basta apresentar uma imagem -- é preciso ser a imagem que você apresenta. Por isso ninguém consegue implementar sua estratégia de marketing pessoal da noite para o dia, nem obtém resultados imediatos. É preciso plantar, regar, cultivar o que você vai ser quando crescer para o seu mercado.

DGABC - O que é networking? Como fazê-lo?

MP - Networking é a expressão em inglês usada para definir uma rede de relacionamentos. Pessoas que criam vínculos que permitam fazer o boca-a-boca, a divulgação imediata de daquilo que somos e fazemos. Não se trata de uma rede de amigos, mas muitos na rede podem ser amigos. Também não é uma rede de afins, embora muitos possam ter coisas em comum.

Um verdadeiro networking é uma via de mão dupla. Eu ajudo você e você me ajuda, ainda que eu não lhe peça isto como condição. A melhor maneira de se começar um networking é começando a descobrir necessidades e necessitados e tentar ajudá-los.

Acho que um bom networking depende muito mais de uma postura de "estou à sua disposição" do que de alguma técnica planejada. É algo tão simples como sempre foram as comunicações humanas que transmitiram -- pessoa a pessoa -- idéias ou conceitos que eram favoráveis a todos os que participavam de uma determinada rede de relacionamentos.

DGABC - Como eles podem ajudar nossa vida profissional?

MP - Não há dinheiro que consiga produzir com propaganda paga os efeitos de uma boa rede de relacionamentos. Pense em um boato e você terá uma idéia de como funciona um networking. As pessoas voluntariamente divulgam boatos, às vezes até acrescentando novas cores e paixões à história.

Agora imagine que você seja capaz de criar um "bom e fiel boato" de sua capacidade profissional, seus produtos ou serviços por meio de clientes satisfeitos, amigos atendidos ou fornecedores que dependem de você para também conseguirem expandir. Se a mensagem que você passar for convincente e prazerosa para quem a retransmite, você tem uma rede funcionando a todo vapor.

Isso fica mais claro se pensarmos numa indústria. A indústria moderna já sabe trabalhar dentro de um conceito de cadeia de suprimentos com uma interdependência muito grande entre os elos. Se a matéria prima for ruim, o produto final dificilmente será bom, em que pese os esforços dos outros elos. E se o responsável pelo acabamento não caprichar, a má fama irá também recair sobre o fornecedor da matéria prima.

Por isso, numa cadeia de suprimentos, todos precisam trabalhar bem e deve existir um padrão comum de qualidade acordado entre os participantes da cadeia produtiva. Por isso são desenvolvidos padrões aos quais todos se prontificam a adotar e quem não adota não participa.

O mesmo se dá quando o profissional entende que depende de outros e passa a selecionar cuidadosamente sua rede de relacionamentos ou a promover os outros membros dessa sua cadeia de relacionamentos por saber que um depende do outro -- se eu ajudar meu próximo a crescer, a melhorar, a vender mais, acabarei também usufruindo de seu sucesso.

É bom lembrar, porém, que a mesma rede que constrói em mutirão pode ser a rede de destrói na velocidade de uma explosão. Então a matemática acaba sendo diferente daquela do um mais um igual a dois, e passa a ser um mais um igual a onze. Para cada pessoa decepcionada com você, conte onze que ficarão sabendo disso.

DGABC - Quais fatores poderiam atrapalhar a imagem de um funcionário dentro da empresa.

MP - Muitos. Acho até que são mais as coisas que atrapalham do que as que ajudam, porque os aspectos negativos sempre aparecem primeiro e demoram mais para desaparecer. A primeira coisa que atrapalha é a postura do profissional. Um profissional deve ter flexibilidade para mudar sempre e criar uma imagem positiva de si mesmo. É importante que ele crie sua marca pessoal, uma sensação positiva que faça morada na mente das pessoas com as quais ele convive.

Uma maior visão crítica de si do que dos outros é importante também. Somos, por natureza, bastante críticos para com os outros, mas condescendentes para conosco. O contrário pode ajudar mais na carreira do profissional. Maior tolerância para com os outros e peneira mais fina para com meus atos, sem contudo me torturar com isso.

A maneira como abordamos as pessoas também é importante. Às vezes temos o tato de um hipopótamo em nossos contatos e depois nos surpreendemos quando somos rechaçados. Recebi um e-mail de um profissional perguntando o que poderia estar errado em seu marketing pessoal. Ele começa o e-mail assim, mas continua tecendo uma série de críticas a meu respeito, depois se lamenta por ser um perdedor no campo profissional que nem escritório tem, e termina pedindo que o ajude enviando meus livros de graça porque ele não tem dinheiro para comprar.

Minha resposta neste caso é que tudo está errado em seu marketing pessoal. Primeiro, se busco ajuda devo me colocar na condição de aprendiz, não de um crítico daquele a quem acabo de pedir para que me ensine. Mas isso ainda é pouco se comparado à sua atitude de perdedor, autopiedade e mendicância. Isso provavelmente já se tornou um hábito em sua vida e é óbvio que tal atitude serve de repelente para qualquer cliente. Ninguém vai querer contratar perdedores para buscar ajuda. Ser perdedor é mais um estado de espírito do que uma circunstância.

Bom humor é outra condição essencial a qualquer pessoa num ambiente de trabalho. Não falo do gozador ou piadista, mas da pessoa que aceita as dificuldades com mais facilidade. Outra coisa importante é que o profissional enxergue a empresa que o contrata como um cliente. Se ele trabalhar assim passará a ser mais agradável para com todos os que compõem esse "cliente", além de mudar sua postura quanto ao seu lugar na empresa. Deixará de se sentir empregado e passará a empregador de suas próprias competências.

DGABC - O que o motivou a escrever o livro sobre marketing pessoal?

MP - Em todos os meus livros sempre apresento conceitos de marketing pessoal, mas em "Marketing Tutti-Frutti" acho que isso fica mais forte, começando pelo primeiro capítulo em que trato da diferenciação profissional. Aquilo que para muitos poderia ser motivo de vergonha ou diferencial negativo, pode ser muito bem transformado em algo positivo se tratado com o devido cuidado. É o caso da história de meu chapéu de escoteiro, que você encontra logo no primeiro capítulo.

Acredito que o marketing pessoal seja uma das coisas mais importantes na vida de um profissional, pois quando ele é capaz de pensar sua carreira como quem planeja o ciclo de vida de um produto, verá o quanto precisa se aprimorar, não só uma vez, mas continuamente. Produtos são planejados, fabricados, testados, comercializados e muitas vezes recolhidos do mercado para correções, aperfeiçoamentos ou lançamento de novas versões mais sofisticadas. Assim deve ser todo profissional.

Um dos casos que conto em meu livro mostra como o marketing pessoal se confunde com o marketing de produtos ou serviços em alguns casos. John Deere, que criou o primeiro arado de aço no início do século dezenove, foi também o fundador da empresa de implementos agrícolas que até hoje leva o seu nome.

Seu lema devia ser o mesmo de todo profissional, desde o que presta serviços até o operário na linha de produção: "Jamais colocarei meu nome em um produto que não tenha em si o melhor do que existe em mim". Marketing pessoal é, em suma, colocar seu nome em tudo o que você faz. Para isso é preciso construir e viver o nome que você leva.

 


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