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Entrevista Revista Encontro – Marketing Pessoal – Mario Persona

ENTREVISTA

Marketing Pessoal

Como o senhor define marketing pessoal? Quais são seus pontos relevantes?

Mario Persona - Marketing pessoal é um conjunto de ações e atitudes adotadas pelo profissional com a finalidade de revelar o que tem de melhor para o mercado e criar relacionamentos de confiança. Não difere muito do marketing de produto na forma como é planejado e colocado em prática, mas possui um grau bem maior de sutilezas, já que estamos falando de um "produto" que é vivo, fala, anda, tem sentimentos e que não pode ser tirado do mercado para ser oferecido em nova versão, ou com o qual não é possível fazer um recall para trocar peças. Se o "produto" não funcionar, dificilmente ele consegue voltar ao mesmo mercado.

O ponto principal do marketing pessoal está em ter e ser algo de valor para o mercado. Isso não se consegue de uma hora para outra porque envolve, além de competências adquiridas, caráter, postura, atitude, temperamento e tantas outras coisas que são inerentes da natureza humana, muitas delas vindas do berço.

Outro ponto está na bagagem, que no marketing pessoal é o conhecimento que a pessoa é capaz de transformar em um produto de valor para seu mercado. Isso exige habilidade, já que há muita gente que sabe muito e não consegue vender nada de si, enquanto outros com um conhecimento mediano têm e vendem exatamente aquilo que é percebido como valor por seu mercado.

Em que situação/momento da vida de um profissional o marketing pessoal realmente se faz necessário? Existem aquelas que se negam a melhorar e por isso pagam caro por isso?

Mario Persona - Em todas as situações e momentos da vida o profissional. precisa se preocupar com a aplicação na prática de seu plano de marketing. Sim, ele deve ter na cabeça um plano de como pretende se posicionar no mercado, para que público, com que habilidades, preço e resultados. Exatamente como você faria com o marketing de um produto.

Um profissional que não levar em conta cada momento de sua vida como importante para sua carreira e para a impressão que irá deixar no mercado poderá pagar caro por isso. Uma limpada de nariz flagrada pela câmera do elevador pode ir parar no Youtube, ou seja, até na sua aparente intimidade o profissional precisa cuidar de sua imagem.

Embora eu dê exemplos assim, que estão mais relacionados à imagem, é importante lembrar que marketing não é propaganda, mas um conjunto de ações das quais a propaganda é uma das ferramentas promocionais. Aliás, no marketing pessoal a propaganda convencional é a que deve ser menos utilizada, pois sempre deixa aquela impressão de "querer aparecer". O ideal é que o profissional seja visível, mas que deixe a publicidade por conta de clientes e amigos satisfeitos que tenham prazer em divulgar seu nome e trabalho.

A pessoa corre o risco de abusar das estratégias de marketing e passar uma imagem arrogante? Como evitar os excessos?

Mario Persona - Sim, certamente. Nem sempre é fácil evitar isso pela grande diversidade de reações e leituras que as pessoas fazem de uma imagem. Por exemplo, para alguns ter sua foto no site pode passar uma idéia de familiaridade e de coragem de se expor, de mostrar a cara. Isso pode ser visto por alguns como uma forma de o profissional dizer que é um ser humano que está ali, com todas as rugas e imperfeições de um ser humano, mas que também não se esconde atrás de uma logomarca ou de alguma foto comprada mostrando uma equipe feliz.

Por outro lado alguns podem interpretar a simples presença de uma foto como auto-promoção e vontade de aparecer. O profissional deve ponderar que público pretende atingir e como esse público irá interpretar sua maneira de expor sua imagem.

Eu adotei, para meu trabalho, a imagem daquilo que eu sou no dia-a-dia, extremamente brincalhão, um pouco irreverente e sempre rindo de alguma coisa. Isso pode não atrair pessoas com uma mente mais cartesiana, que buscam uma imagem séria para um consultor. Mas como meu foco hoje está mais colocado em palestras e treinamentos, que necessariamente devem ter alguma dose de humor para as pessoas não dormirem, entendo que minha imagem condiz com meu trabalho e com o tipo de público que pretendo atingir. Em outras circunstâncias eu seria obrigado a alterar esse estilo de exposição.

Os excessos também tem dois lados. O que pode ser visto como excesso por alguns será interpretado como inovação por outros. Dou um exemplo. Quando o Youtube estava engatinhando decidi criar a TV Barbante, um canal na Internet com uma TV caseira, amarrada com barbante mesmo, na qual eu pudesse revelar um pouco mais de meu trabalho, o que eu fazia apenas por meio de meus textos em meu site e outros veículos.

Como vídeo na Internet era algo novo, alguns se espantaram quando me viram ali brincando de TV, e cheguei a receber um e-mail de um consultor dizendo que eu estava me expondo demais, que ele jamais teria coragem de fazer isso e coisas do tipo. O tempo mostrou que o timing da exposição fora correto, pois um mês depois eu era convidado a dar uma entrevista em um dos maiores jornais do país para falar de minha TV Barbante em um quarto de página do jornal.

Apenas este mês três de minhas palestras foram contratadas porque as pessoas me viram em vídeo no Youtube e em outros sites de vídeos onde a TV Barbante está. Uma empresa estava com um evento fechado quando o diretor recebeu um link de um vídeo meu e correu me contratar para encaixar no evento naquela mesma semana. Aquilo que podia aparecer excesso para alguns se transformou em algo viral, que tem trazido cada vez mais clientes.

Quais as qualidades naturais de uma pessoa que o marketing reforça? E quais os defeitos que ele, digamos assim, pode disfarçar?

Mario Persona - Uma pessoa com facilidade de comunicação terá alguma vantagem em seu marketing pessoal, pois será capaz de interagir com mais gente. Relacionamentos, virtuais ou pessoais, também valem ouro nessa área. Todavia, mesmo pessoas menos comunicativas e com poucos relacionamentos podem ter sua capacidade potencializada graças ao seu conhecimento singular e à satisfação que conseguem gerar nos clientes atendidos. Eles se incumbem de divulgar seu trabalho e indicá-lo.

O contrário é o problema. Pessoas arrogantes, prepotentes, que não conseguem se relacionar ou que tratam todo mundo mal estão com os dias contados nessa nova economia onde é impossível ficar conhecido apenas em um pequeno círculo. Se eu for uma pessoa intragável, logo vai aparecer no Orkut algum tipo de comunidade do tipo "Eu odeio o Mario" e aí vai ficar difícil desfazer essa imagem. Fica difícil disfarçar defeitos quando todos hoje têm uma câmera no celular e são capazes de flagrar você fazendo ou dizendo algo que não convém.

Falo bastante sobre isso e sobre os principais pontos a serem levados em consideração em seu marketing pessoal em meu último livro "Dia de Mudança". Ali reúno conceitos importantes para o marketing pessoal, como empreendedorismo, uso de novas tecnologias, comunicação, networking, criatividade e outras idéias. Com mais de cinqüenta anos de idade e mais da metade da vida atuando numa carreira ou outra, posso dizer que já testei boa parte desses conceitos.

O senhor pode citar exemplos de pessoas (conhecidas, de qualquer área) que fazem bom uso do marketing pessoal? 

Mario Persona - Dois casos são famosíssimos e emblemáticos. Madre Teresa tinha um excelente marketing pessoal, apesar de não se preocupar com isso. O trabalho dela servia para divulgar sua imagem, e isso criou uma marca. A princesa Diana foi outra, que sabia usar muito bem os meios de comunicação, trabalhar sua imagem e estar em evidência. Ela conquistou com simpatia um público enorme, chegando a ser mais real do que a própria realeza. Ela conseguia criar uma ponte acessível entre a plebe e a realeza como ninguém mais podia fazer. Mais próximo do mundo dos negócios eu poderia citar o comandante Rolim Amaro, que construiu toda uma empresa com um forte apelo voltado para o tratamento humano, graças à maneira como ele se relacionava com clientes e colaboradores.

Embora nenhum profissional irá querer ser uma Madre Teresa, uma Princesa Diana ou um comandante Rolim, vale a pena reunir as características dessas duas e usá-las, na forma de princípios ou conceitos, na construção de sua imagem.

Entrevista concedida à Revista Encontro em 12/03/2008 para uma matéria sobre marketing pessoal.

Entrevistas como esta costumam ser feitas para a elaboração de matérias, portanto nem tudo acaba publicado. Eventualmente são aproveitadas apenas algumas frases a título de declarações do entrevistado. Para não perder o que disse na hora, costumo gravar ou dar entrevistas por escrito. A íntegra do que foi falado você encontra aqui.

Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja emwww.mariopersona.com.br


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