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Entrevista para o site Itambé Empresarial sobre marketing pessoal e postura profissional

ENTREVISTA

Marketing Pessoal e Postura Profissional

Fui entrevistado pelo site Itambé Empresarial para uma matéria sobre a a relação entre marketing pessoal e postura profissional. A íntegra da entrevista você encontra aqui.

Itambé Empresarial - Qual a relação entre marketing pessoal e postura profissional?

Mario Persona - Ao contrário da idéia corrente, marketing pessoal não é promoção pessoal, o sentido de alguém viver fazendo propaganda de si. É algo que tem tudo a ver com postura profissional, mas também pessoal. É um trabalho do ser humano de modo integral visando, obviamente, seu sucesso na carreira. Mas eu diria que o marketing pessoal deve ir mais fundo do que uma mera preparação para o mercado de trabalho ou para um melhor desempenho dentro da empresa.

Mais do que nunca estamos entendendo que empresas dependem de pessoas e dependem de pessoas talentosas, criativas, motivadas. Preparar-se para isso é o primeiro passo, e começa com a conscientização de que somos os mesmos dentro e fora de nossa atuação profissional.

Se você reparar, nas entrevistas para exercer alguma função numa os profissionais não são indagados apenas naquilo que tem ligação direta com a atividade que vai desempenhar. A empresa quer saber seu hobby, o que ele faz no final de semana, se tem um blog ou se está no Orkut, quer pistas de seu relacionamento em casa e com os amigos... em suma, o mercado busca por seres humanos integrais, e não meramente por mão-de-obra para desempenhar uma função qualquer.

Portanto, a postura pessoal ou profissional, que pode ser conseqüência dos valores e crenças de uma pessoa, forma a base de uma estratégia bem-sucedida de marketing pessoal.

Itambé Empresarial - Qual a diferença de um bom profissional há 20 anos atrás de um bom profissional hoje?

Mario Persona - Há 20 anos exigia-se que o profissional executasse aquilo que lhe fosse pedido. Hoje exige-se que o profissional tenha visão suficiente para dizer para a empresa o que deve ser executado. Com a velocidade com que as coisas evoluem e a competição sempre crescente, o profissional deve ser pró-ativo, deve ter uma visão clara do mercado, entender sua área de atuação e conseguir prever para onde o vento das tendências está soprando.

Se ele trabalha para uma empresa em uma determinada função, espera-se que ele seja especialista naquela função e, portanto, saiba ler os sinais do mercado que apontam para onde a empresa deverá apontar sua proa. Vou dar um exemplo prático e simples. Se tenho um motorista, espero que ele entenda tudo de automóveis, estradas etc. Não vou me preocupar com isso porque é uma especialidade dele.

Então espero que ele me alerte sobre os perigos de tomar este ou aquele caminho, espero que me mantenha informado das novidades em veículos, manutenção, economia etc. Ele é minha ponte para o mercado automotivo, e não apenas mão-de-obra para virar o volante, engatar marchas e pisar no freio ou no acelerador. É o olho de minha empresa que olha para fora com lentes automobilísticas. O mesmo deve acontecer com o operador de máquina, o profissional de tecnologia da informação, o responsável pela alimentação do pessoal etc.

Itambé Empresarial - Quais as melhores maneiras do profissional se expor no mercado?

Mario Persona - Acredito que nada supera uma boa rede de relacionamentos. É sempre mais fácil e seguro, não apenas ser contratado por indicação, como também contratar pessoas que conhecemos ou que sejam indicadas por alguém que conhecemos. Nós brincamos tanto com o tal do "Q.I." de "Quem Indica", mas é uma das melhores formas de se garantir um espaço importante no mercado profissional.

É claro que para isso o profissional deve ter feito a lição de casa, deve ter feito bons cursos, deve se manter em modo de "aprendizado contínuo" continuamente e ler bastante para se manter atualizado. O profissional deve saber que quem o contrata está contratando resultados, não uma simples presença a mais em sua equipe. Uma vez garantida esta parte, ele precisa fazer uma análise bem simples de sua capacidade de gerar o famoso "Q.I.". É só perguntar: "As pessoas gostam de mim? Sou alguém agradável? Quando saio de uma empresa deixo saudades? Tenho alguma coisa positiva que me diferencie da maioria das pessoas?"

Parece que estou falando algo óbvio, mas você se surpreende de descobrir quanta gente menospreza isso. Já viu algum fabricante de sabão em pó dizer que não está nem aí para o que o consumidores estão dizendo? Que nem liga por saber que as pessoas não gostam da embalagem, não ficam contentes com seu poder de limpeza ou sentem náuseas com o perfume da fórmula? Você jamais irá encontrar um fabricante de sabão em pó com seus sentidos tão embotados que esteja imune aos efeitos negativos que seu produto causa nas pessoas.

Agora, quantas pessoas você já ouviu falar coisas do tipo: "Eu sou assim mesmo, quem quiser que me agüente" ou "Eu nasci assim e não vou mudar"? Em um mercado competitivo como este em que vivemos, não existe mais lugar para pessoas que não ligam para os efeitos negativos que causam nas outras pessoas. Evidentemente sempre existirão os artistas, atletas e personalidades famosas que podem se dar ao luxo de esbanjar antipatia e desprezo pelo seu público. Mas se até nesse meio o sucesso pode acabar, o que dizer do cidadão comum, que precisa agradar seu cliente imediato para poder sobreviver?

Itambé Empresarial - E quem já possui um emprego considerado fixo, deve se preocupar com a postura profissional?

Mario Persona - Da forma como as coisas caminham, ninguém mais tem emprego fixo. Pessoas que trabalham em alguns bancos já mudaram de empresa ou de emprego duas ou três vezes sem sair da mesa, tantas têm sido as fusões e incorporações nessa área nos últimos anos. Isso sem falar nas empresas que, por questões de mercado, precisam mudar completamente de segmento tornando, de uma hora para outra, toda uma equipe inadequada para as novas tarefas. Portanto nenhum profissional deve viver do modo como se vivia antigamente, quando a entrada numa empresa podia significar uma vida a ser passada ali, com direito a aposentadoria e segurança perene. Tudo isso acabou.

Hoje o profissional dentro ou fora de uma empresa ou da relação empregado-empregador deve se enxergar como um prestador de serviços. Se ele recebe um salário mensal, esta é a forma de remuneração, mas deve ter em mente que no próximo mês ele pode deixar de receber se não atender as expectativas. Deve viver como vivem prestadores de serviços ou consultores externos, procurando conquistar todos os dias o seu cliente para garantir a empregabilidade.

Outra coisa que deve ter em mente é que as pessoas estão cada vez mais conectadas e podem trocar impressões rapidamente sobre a atuação de um profissional. Veja o meu caso em meu trabalho como palestrante. Às vezes falo para mais de mil pessoas durante uma ou duas horas. Tenho só esse tempo para causar uma boa impressão, passar informação de valor e criar um clima agradável e bem-humorado. Não há tempo para corrigir o rumo se começar com o pé esquerdo. Se tiver sucesso, terei criado mais de mil multiplicadores de informações sobre meu trabalho. Se algo der errado, terei mais de mil críticos que dispõem, cada um deles, e-mail, messenger, blogs, Orkut e uma série de meios de influenciar um número de pessoas igual ou maior ao de minha audiência naquele momento.

Itambé Empresarial - O que significa ser um profissional flexível?

Mario Persona - Profissional flexível é como esponja, ele sabe que essa qualidade faz parte de sua característica e sem ela ele poderia até tornar-se inútil. A esponja possui três características principais para poder exercer o seu trabalho: elasticidade ou flexibilidade, resiliência e um grande número de espaços vazios. O profissional que acha que já sabe tudo não tem espaços vazios, portanto não irá aprender, não será capaz de absorver como faz a esponja.

O mesmo acontecerá se não for elástico. Quando vier a dificuldade ou a pressão, ele não será capaz de reduzir o seu tamanho, esticar-se, mudar de forma para se adaptar às diferentes necessidades. É nesse espreme-solta que fazemos com a esponja que ela faz a troca de seu conteúdo, ora derramando, ora absorvendo. O profissional flexível vive um exercício contínuo de dar e receber em sua relação com seu ambiente.

Finalmente o profissional precisa ser resiliente, isto é, ter aquela características que as esponjas têm de voltarem ao seu formato original, de não ficarem toda amassadas depois de uma pressão. No mundo extremamente estressante e exigente em que vivemos, quem não tiver essa qualidade não terá saúde para seguir por muito tempo. E dentro de um ambiente que também nos prova o tempo todo com oportunidades ilícitas, é preciso que o profissional tenha um formato original bem delineado -- suas crenças e valores -- para não perder essas coisas de vista quando for assediado e abordado por um sem número de propostas e pressões que queiram tirá-lo dos trilhos.

Itambé Empresarial - A grande questão é: ser um profissional especialista ou ser um profissional que sabe de tudo?

Mario Persona - Hoje você precisa ser as duas coisas. Ter uma especialidade é bom, desde que seja uma especialidade dinâmica, isto é, você estará sempre se aperfeiçoando e até buscando tendências em cima daquela especialidade. Isto inclui estar aberto a abandonar aquela área específica quando perceber que em um futuro próximo você será substituído por uma máquina. Isto porque muitas profissões que antes eram conceituadas hoje são atividades feitas por computadores, robôs etc.

Para ter uma visão assim você precisa ser também generalista, entender um pouco de tudo, para poder mudar rapidamente de barco quando perceber que o seu está rumando para o estaleiro ou para o museu. Uma boa dica é ter em mente que tudo o que for possível de ser feito por máquinas, computadores, softwares, será. O profissional deve analisar sua profissão ou especialidade com um olho nesta máxima de cruel, porém realista, sucateamento das atividades profissionais. O que permanecerá? Tudo o que precisar de intervenção humana, normalmente atividades que exijam criatividade, emoção, coração, sentimentos, senso artístico, intuição etc.

Itambé Empresarial - Todo bom profissional deve saber se comunicar. Qual a importância de ser um bom comunicador e como se tornar um? 

Mario Persona - A comunicação é a porta de saída de suas competências, quando estas não podem, todas elas, ser transmitidas por meio da prática e observadas por outros. Além disso, existe aquele ditado que diz que não basta ser honesto, é preciso parecer honesto. Comunicar é transmitir aquilo que o profissional é faz, porém se o que o profissional é ou faz não for lá grande coisa, então o fato de ser ruim em comunicação pode até ser uma vantagem. Ninguém ficará sabendo a seu respeito.

Mas como esperamos que todo mundo tenha algo de bom para comunicar, então é preciso sim lapidar muito bem a comunicação, que acontece não só pela fala, mas pelo modo de ser e de agir. Há muitas técnicas para um profissional se comunicar bem e também muitos livros, cursos e palestras sobre o assunto. Eu mesmo tenho treinado profissionais de várias empresas, principalmente da área comercial, nas técnicas de comunicação verbal, linguagem corporal e coisas assim.

Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja emwww.mariopersona.com.br


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