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CARREIRA E APOSENTADORIA – Entrevista de Mario Persona – Em Linha – Joral Eletrôinico da TELOS – Fundação Embratel de Seguridade Social

ENTREVISTA

CARREIRA E APOSENTADORIA

Fui entrevistado pelo "Em Linha" - Jornal Eletrônico da
TELOS - Fundação Embratel de Seguridade Social, para uma matéria sobre aposentadoria e carreira. A íntegra da entrevista você encontra aqui.

 

 

P. Você tem um livro que fala sobre mudanças profissionais. Muitas pessoas temem a aposentadoria por dois motivos: perda de renda e ficar sem trabalhar. Como elas podem superar esses medos?

Mario Persona - Sim, meu último livro foi "Dia de mudança" e aborda justamente a mudança de carreira, ou mais especificamente, a nossa mudança para enfrentar os novos desafios de carreira que são inevitáveis, seja na aposentadoria, seja antes dela ocorrer. Como acontece em muitas situações da vida, o medo da aposentadoria vem da falta de preparo.

Quando eu era estudante, morria de medo da prova para a qual não tinha estudado. Mas quando estudava com afinco, ia para a prova mais tranquilo, apesar de sempre ter aquela pontinha de adrenalina que sentimos ao enfrentar uma situação não totalmente conhecida. A aposentadoria é como uma nova etapa que eu poderei enfrentar mais ou menos preocupado, dependendo do quanto me preparei para ela.

O problema é que a maioria das pessoas não se preocupa com o assunto e até vive sonhando com a aposentadoria, como se fosse um prêmio que irá receber, mas sem saber o que fará com ele. Neste sentido somos muito parecidos com o cachorro que sai correndo e latindo para o carro que passa. Quando o carro para, o cão não sabe mais o que fazer com ele e volta desapontado para casa.

P. Vivemos em um mundo de rápidas mudanças. Como uma pessoa deve pensar seu futuro? O que deve ter em mente, não só em termos de carreira como também em termos financeiros?

Mario Persona - Eu, particularmente, não gosto muito da ideia de uma aposentadoria com cara de inatividade permanente; aquela ideia de que aposentado é quem não produz. Com o constante aumento da perspectiva de vida do brasileiro, cada vez teremos um número menor de jovens trabalhando para sustentar um número maior de aposentados. Obviamente isso não será visto com muita simpatia pela faixa de cidadãos profissionalmente ativos.

Embora descanso, excursões, festas tenham seu lugar, ninguém vive 24 horas por dia assim e na maioria das vezes o aposentado acaba descobrindo que não tem recursos para fazer tudo o que planejou e deixou para a aposentadoria. Além disso, é próprio do ser humano só se sentir feliz quando se sente útil. Por isso é bom pensar na aposentadoria mais como uma mudança de carreira do que como a ingressão em um estado de inatividade permanente.

Também não me atrai a ideia de uma aposentadoria como se fosse uma sucessão de excursões e bailes da saudade, uma espécie de volta senil à adolescência na tentativa de recuperar o tempo perdido. A idade é uma virtude e sempre foi vista como tal na história da humanidade. No oriente os idosos são venerados como depositários da cultura e da experiência. A civilização ocidental é que relega o idoso a um segundo plano e tenta incentivá-lo a concorrer com as novas gerações.

O aposentado pode encontrar uma gama de atividades bem dentro de sua capacidade, que tanto podem lhe dar a satisfação de contribuir de alguma forma para a sociedade, como também gerar algum recurso adicional. Se conseguir ambas as coisas, então estará no melhor dos mundos. Para isso poderá aplicar toda a bagagem adquirida ao longo de sua vida profissional ou simplesmente partir para algo novo, mas com a sabedoria que os anos depositaram em sua conta.

Porém, ao contrário de um jovem empreendedor, o profissional senior deve ter em mente que não pode se dar ao luxo de errar em suas apostas, por isso é bom ser cauteloso na hora de empreender. Se ele não se preparou de forma adequada para a aposentadoria, seus recursos financeiros podem ser limitados, daí a necessidade de cautela. Ter trabalhado com uma visão de futuro antes da aposentadoria pode fazer uma diferença tremenda quando chega esse dia.

P. Você fala, em uma de suas palestras, na necessidade de se formar uma boa rede de contatos e se renovar constantemente para obter sucesso profissional. O mesmo princípio se aplica a quem está aposentado, mas não deseja ficar parado?

Mario Persona - Sim, hoje é muito fácil criar uma rede de contatos e pessoas que podem ser ajudadas pelo conhecimento adquirido ao longo dos anos. É importante entender que os relacionamentos realmente de valor só acontecerão se eu estiver disposto a dar algo de valor às pessoas.

O aposentado é, antes de tudo, um profissional do conhecimento, alguém que sabe coisas que as novas gerações não aprenderam completamente. A primeira providência do aposentado é não se intimidar com as novas tecnologias como se fosse terreno exclusivo das gerações mais jovens. Não são. É preciso ter em mente que as tecnologias que os jovens utilizam hoje foram inventadas pelas gerações que vieram antes deles, inclusive aquela da qual o aposentado faz parte.

P. Ainda no assunto aposentadoria, você palestra sobre organização do tempo em empresas - de que forma as pessoas podem melhorar seu rendimento em meio a uma imensidão de tarefas a serem executadas. Como aplicar essas lições para quem se prepara justamente para ter mais tempo, ao se aposentar?

Mario Persona - Tempo é algo que todos temos igual. O presidente dos Estados Unidos tem o mesmo tempo que eu, porém a diferença está no modo como distribuímos nossas tarefas ao longo do tempo. Portanto a questão não está em como administrar o tempo, que passa inexoravelmente, mas em como administrar as diferentes atividades dentro do tempo.

O preparo para a aposentadoria inclui manter-se atualizado para que a decisão por uma nova carreira não pegue o profissional desprevenido. Aqueles que passaram o tempo sem reservarem uma parcela dele para se prepararem para o futuro podem sofrer mais na aposentadoria, caso decidam revitalizar sua carreira ou partir para algo novo. Por isso é importante sempre dispor de um tempo para se atualizar, pensando na aposentadoria. Assim como investimos uma parcela de nosso dinheiro pensando na aposentadoria, deveríamos também investir uma parcela de nosso tempo com a mesma finalidade.

P. Mudando um pouco de assunto e entrando na seara dos investimentos femininos: a mulher hoje é mais precavida na hora de investir a longo prazo?

Mario Persona - Depende muito da mulher. Aquela que nunca soube de onde vinham os recursos, por depender totalmente do trabalho do marido e nunca se preocupar em economizar, pode sofrer um impacto maior em um estágio mais avançado da vida. Isto porque a tendência é que o homem morra mais cedo, daí você ter sempre um número maior de viúvas do que de viúvos. Quando isto acontece, muitas são pegas de surpresa por um padrão de vida que está muito aquém de seu estilo de gastar.

Porém, aquelas que acompanhavam o orçamento familiar, trabalhando ou não fora de casa para ajudar neste sentido, dão um valor maior ao dinheiro e são mais precavidas. Estas terão a preocupação de investir no longo prazo para poderem desfrutar de uma tranquilidade maior no futuro, quer possam contar ou não com a presença do companheiro. A fábula da cigarra e da formiga não foi escrita à toa. Existem cigarras e formigas reais por aí, umas levando a vida de forma inconsequente, outras se preparando para o inverno que certamente virá.

P. De acordo com entrevista concedida à revista Vida e Arte, as mulheres são mais preocupadas com as consequências de suas compras. Por que?

Mario Persona - Acredito que isso faça parte da natureza feminina e de seu instinto materno de preocupar-se com outros além de si mesmas. O homem é mais focado em seus próprios interesses, por isso em muitas famílias são as mulheres as responsáveis, não só pelas compras de supermercado, mas até pela escolha e compra da roupa do marido.

Neste sentido a mulher tem um papel importante no planejamento da aposentadoria, dela própria ou do casal. Sua visão mais abrangente pode ajudar na hora de evitar riscos que são resultado de uma visão mais míope, como é naturalmente o modo masculino e imediatista de enxergar as coisas. Mas é claro que nem todos os homens são iguais e nem todas as mulheres são cautelosas.

Por isso homens e mulheres sempre terão muito a aprender uns com os outros na hora de se prepararem para a aposentadoria. Nenhum dos dois gêneros é uma ilha que pode confiar totalmente em seus instintos, porque fomos criados diferentes justamente para nos complementarmos e encontrarmos um equilíbrio na união das diferentes características. Mas, de um modo geral, acredito que o papel da mulher seja mais importante na hora de se posicionar como uma auxiliadora do homem para a preparação dessa fase tão importante da vida que é a aposentadoria.

Entrevista concedida ao "Em Linha" - Jornal Eletrônico da TELOS - Fundação Embratel de Seguridade Social em 23/08/2010.

Entrevistas como esta costumam ser feitas para a elaboração de matérias, portanto nem tudo acaba sendo publicado. Eventualmente são aproveitadas apenas algumas frases a título de declarações do entrevistado. Para não perder o que eu disse na hora da entrevista, costumo gravar ou dar entrevistas por escrito. A íntegra do que foi falado você encontra aqui. Se achar que este texto pode ajudar alguém, use o formulário abaixo para compartilhar.

Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja emwww.mariopersona.com.br


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