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A IMPORTÂNCIA DO HUMOR NO EMPREENDEDORISMO – Entrevista de Mario Persona – Site Vila Mulher

ENTREVISTA

A IMPORTÂNCIA DO HUMOR NO EMPREENDEDORISMO

Fui entrevistado pelo site Vila Mulher para uma matéria sobre a importância do humor no empreendedorismo, na comunicaçãoe no clima organizacional de uma empresa. A íntegra da entrevista você encontra aqui.



http://youtu.be/jJDT7pgbCuY

P. De onde vem a ideia de incluir o bom humor no empreendedorismo?

Mario Persona - O humor é uma espécie de adesivo da comunicação e as empresas têm percebido o seu poder. Nosso cérebro é formado por dois hemisférios que parecem controlar o que entra e sai de maneiras diferentes. O hemisfério esquerdo é mais afeito a tudo o que é lógico e racional, enquanto o hemisfério direito se dá melhor com artes, música etc.

Enquanto o hemisfério esquerdo exerce um autocontrole maior sobre aquilo que processa, ouvi dizer que o hemisfério direito é mais anárquico, parecendo-se com um artista que nunca dorme e também não tem qualquer controle ou censura sobre o que se passa em seus domínios. Por isso nossos sonhos seriam gerados ali e sem censura, fazendo-nos às vezes acordar surpresos com o filme que vimos na mente.

Qualquer comunicador pode usar tudo isso em seu proveito na hora de enviar uma mensagem. Sempre que recebemos uma mensagem, nosso cérebro faz uma filtragem prévia e envia para o hemisfério esquerdo o que exige lógica e razão -- um contrato, por exemplo -- e para o hemisfério direito tudo o que está relacionado a música, poesia, ritmo, humor etc.

O hemisfério esquerdo trata a informação com rigor, retendo uma parte muito pequena na memória, enquanto o hemisfério direito é mais liberal, guardando tudo o que lhe agrada. Por isso temos uma boa memória musical e somos capazes de contar uma piada de uma página com todos os detalhes, apesar de termos escutado apenas uma vez anos antes. O mesmo efeito ocorre quando ligamos o rádio e descobrirmos que está tocando uma música que odiamos. Mesmo que desliguemos imediatamente ela continuará tocando em nossa mente o resto do dia.

Um bom comunicador irá aproveitar essa característica e mesclar informação séria e pertinente com uma boa dose de humor, de modo que o cérebro seja ludibriado e acabe armazenando tudo, inclusive o que é sério, como faria com uma música ou uma anedota. A taxa de retenção de uma informação associada ao humor torna-se assim maior, permitindo um melhor aproveitamento da comunicação.

P. De que forma, ele é inserido nos projetos da empresa?

Mario Persona - É importante entender que o humor também tem lá a sua ciência e arte, portanto não é qualquer humor que pode dar certo numa empresa. É comum grandes empresas que me contratam para palestras alertarem para a política interna que não permite a contratação de palestrantes com mensagens carregadas de erotismo, linguagem chula e humor envolvendo credo, etnia ou preferência sexual.

A questão é que o humor, por natureza, exige uma vítima, pois rimos quando nos sentimos superiores em relação a alguém que foi atingido pela torta na cara, ou que tenha uma capacidade intelectual menor ou se tenha dado mal em alguma situação. O humor sadio é aquele em que o humorista se transforma na vítima de seu humor ou cria uma situação em que todos igualmente se sentem vitimados ao ponto de rirem de si mesmo. Este é o humor saudável que não deixa mortos ou feridos em sua passagem. Já o humor politicamente incorreto pode acarretar problemas para a empresa, daí essa preocupação em não contratar alguém que traga constrangimento aos funcionários.

P. Como o empreendedor pode usar o bom humor para obter lucros nos negócios?

Mario Persona - Recentemente, em conversa com um empresário da construção civil, ele contou que a atenção às normas e procedimentos de segurança aumenta depois que promovem uma SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho - que inclui palestras e teatros bem humorados sobre segurança. Aquilo que os trabalhadores recebem de forma técnica e sem graça durante os treinamentos obrigatórios faz mais sentido quando temperados com o humor das palestras.

Este é apenas um dos exemplos de como o humor pode ter um impacto positivo na segurança do trabalho e, por consequência, na qualidade da empresa e em sua produtividade. Pessoas bem humoradas são mais atentas, ativas e produtivas.

P. A pessoa que encara as dificuldades empresariais com bom humor está mais preparada para recomeçar projetos que não deram certo?

Mario Persona - Sim, pois trata cada fracasso como um aprendizado e um desafio, ao invés de ficar se lamentando e cair na inércia. A dificuldade sempre estará em se diferenciar o que é mero bom humor e o que é um distúrbio.

O que pouca gente sabe é que uma atitude de constante bom humor e extremamente positivista em relação à vida e às circunstâncias pode ser um distúrbio "do bem", diagnosticado como hipomania. Trata-se de uma mania como qualquer outra, só que às avessas. É uma boa mania, que faz a pessoa sentir-se ótima, alerta e ativa, uma espécie de polo positivo permanente do distúrbio bipolar.

Como ninguém que se sinta ótimo assim irá procurar um médico, talvez seja uma das condições menos diagnosticadas pela medicina. Certamente pessoas assim podem trazer muitos benefícios para a empresa, mas também o bom humor excessivo pode levar a estados compulsivos e de excesso de autoestima, criando na pessoa manias de grandiosidade. Por isso é preciso, além do bom humor e otimismo, uma boa dose de equilíbrio para evitar que colaboradores hipomaníacos se envolvam em riscos desnecessários.

P. Por que o bom humor está tão ligado a tecnologia? (Essa será para você citar sobre o fato das pessoas aproveitarem as tecnologias para desenvolver projetos lucrativos. Por exemplo: as pessoas que desenvolvem animações, paródias musicais, entre outros)

Mario Persona - O humor exige criatividade e às vezes pessoas envolvidas com atividades criativas relacionadas às artes acabarão transformando seu humor em uma forma de expressão que utilize instrumentos mais ou menos tecnológicos no processo. No passado um artista estaria limitado à sua atuação ou a alguns poucos instrumentos musicais ou equipamentos de prestidigitação para passar sua mensagem de humor. Hoje a tecnologia colocou muitos recursos nas mãos de qualquer pessoa, como a capacidade de fotografar, filmar e criar animações para converter sua mensagem em uma forma mais atrativa de ser transmitida e aceita por seu público.

P. Você acha que o humor utilizado em campanhas sociais de empresas e instituições continua sendo um tabu?

Mario Persona - Tudo tem seus limites, e não é diferente para o humor. Porém já vi até funerárias passarem mensagens bem humoradas na hora de anunciar seus serviços, sem contudo faltar com o respeito e a solenidade que seus clientes exigem. Não basta ter inteligência para se criar humor; é preciso inteligência para saber onde, como e quando usar o humor, e aí entra mais uma necessidade de discernimento e tato do que de regras específicas ou de um controle sobre o que pode ou não pode na empresa.

Entrevista concedida ao Site Vila Mulher em 29/02/2012.

Entrevistas como esta costumam ser feitas para a elaboração de matérias, portanto nem tudo acaba sendo publicado. Eventualmente são aproveitadas apenas algumas frases a título de declarações do entrevistado. Para não perder o que eu disse na hora da entrevista, costumo gravar ou dar entrevistas por escrito. A íntegra do que foi falado você encontra aqui.

Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja emwww.mariopersona.com.br


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